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Que tal nos aprofundarmos um pouco na origem desse movimento que é a Psicologia Positiva?
Vamos voltar a 1945.
Antes da 2ª Guerra Mundial, a psicologia tinha três missões:
- curar doenças mentais;
- tornar a vida das pessoas mais satisfatória;
- identificar e cultivar talentos superiores.
No entanto, depois da 2ª Guerra, a psicologia voltou seu olhar para o cuidado de doenças.
Isso possibilitou que pudéssemos expandir o nosso conhecimento sobre doenças mentais, formas de tratamento, o que traz alívio ao sofrimento emocional, e muito mais.
O lado negativo foi que esquecemos as duas outras missões.
E o problema disso é que uma grande parcela da população se encaixa nas missões esquecidas, e que essas pessoas precisam de ajuda para tornar suas vidas mais satisfatórias e identificar e cultivar talentos.
Tratar não significa apenas curar algo, é também cultivar o nosso melhor.
Essa é a importância da Psicologia Positiva: o foco no lado saudável do ser humano.
É sim papel da psicologia analisar os defeitos, mas não podemos esquecer das qualidades.
Devemos investigar os fatores de estresse, mas também os recursos, qualidades e pontos fortes no indivíduo.
Isso é enxergar de forma integral, de acordo com as missões da psicologia.
O resgate das missões pela Psicologia Positiva
Assim, a Psicologia Positiva é o estudo científico do funcionamento humano ótimo e seu objetivo é descobrir e promover os fatores que permitem aos indivíduos e comunidades prosperarem.
O movimento representa um compromisso para que se dê atenção às fontes de saúde psicológica.
A Psicologia Positiva também olha para a prevenção: foca em identificar quais são as melhores práticas em prevenção para que possamos prevenir e promover saúde psicológica e emocional.
Uma frase que eu gosto muito é “Um grama de prevenção equivale a um quilo de cura.”
É possível prevenir depressão, ansiedade e abuso de substâncias e álcool, ainda que em pessoas geneticamente vulneráveis ou que vivem em ambientes que favorecem o aparecimento dessas doenças.
Criamos um amortecedor natural ao trabalhar com promoções sistemáticas de competências dos indivíduos, desenvolvendo e promovendo saúde emocional.
Nesse contexto, há um conjunto de qualidades humanas que auxiliam na prevenção da saúde mental: coragem, perseverança, gratidão, otimismo, esperança e habilidades sociais.
“O que há de certo com as pessoas?”
Esta foi a pergunta de Martin Seligman e Christorpher Peterson, pais da Psicologia Positiva, que norteou sua pesquisa durante anos.
E é justamente este o mérito desse movimento: a utilização da ciência a seu favor. Ele faz uso de análises de ressonâncias, tomografias, cortisol, exames de sangue, marcadores biológicos, questionários e por aí vai.
Esse caráter científico resgata concepções de saúde e bem-estar de forma a entender o funcionamento psicológico ótimo.
Hipóteses centrais da Psicologia Positiva
O estudo da felicidade foi baseado em três teorias que nortearam as pesquisas científicas.
● Em sua essência, o ser humano é bom.
● Todos os seres humanos buscam a felicidade – é uma busca insaciável.
● A felicidade tão buscada não está relacionada ao prazer efêmero, mas sim à vontade intencional de colocar suas virtudes em prática. A felicidade está relacionada ao cultivo de uma vida virtuosa.
A partir dessas teorias, a Psicologia Positiva quis investigar se as hipóteses estariam corretas utilizando o olhar e os critérios da ciência.
Dessa forma, diversos profissionais juntaram-se para direcionar o olhar para o lado saudável do ser humano.
Seu objetivo era compreender o ser humano pela lente do lado saudável e entender como sustentamos o bem-estar, além de como conseguimos manter esse estado de bem-estar.
Por fim, em 1998, Martin Seligman, na época presidente da Associação Americana de Psicologia, anunciou a Psicologia Positiva, instigando o estudo da vida feliz.
Além disso, contou com a colaboração de nomes como Ed Diener, Sonja Lyubomirsky, Chris Peterson, Barbara Fredrickson e Mihaly Csikszentmihalyi.
Por que estudar a felicidade?
Além de ser um tema que interessa a todos, ela oferece inúmeras recompensas mais que positivas:
- faz com que o indivíduo se sinta melhor;
- fornece um sistema imunológico mais fortalecido;
- aumenta sua produtividade;
- promove o bem-estar, a felicidade e melhores relacionamentos interpessoais;
- melhora a energia e a disposição;
- aumenta a longevidade com qualidade de vida;
- melhora o prognóstico quando a doença ataca, funcionando como um amortecedor;
- melhora o sono;
- muito mais.
Num último post, falei sobre o que as pessoas felizes fazem. Você pode conferir clicando aqui.