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Existem inúmeros benefícios da meditação comprovados cientificamente, como já falamos anteriormente aqui.
Além disso, a meditação é uma forma de cultivar emoções positivas no momento presente.
E, como você já sabe, o cultivo das emoções positivas é essencial para a construção do nosso bem-estar.
As emoções são renovadas conforme são sentidas, e durante a vivência de experiências positivas, passamos por um grande crescimento interior, que nos ajuda a nos tornar a nossa melhor versão.
Estudos realizados mostram que o ato de meditar traz diversos benefícios para aquele que o pratica: reduz níveis de estresse, aumenta as capacidades cognitivas e as capacidades de autorregulação, nos tornando menos reativos a eventos estressantes, além de produzir maior felicidade, o que implica menos ansiedade e depressão.
Além disso, a prática se mostrou eficaz com doenças cardíacas, dores crônicas, distúrbios de pele (dermatites) e com indivíduos depressivos e ansiosos.
Isso se dá porque a meditação auxilia a recondicionar a maneira como respondemos a determinados eventos e pessoas.
Tudo isso também fortalece o lobo frontal esquerdo, nos tornando resilientes, além de nos proporcionar uma vida de bem-estar e felicidade.
Perguntas de iniciantes na meditação
Se você tem interesse em iniciar a prática, fazer um pequeno estudo antes sempre vai muito bem.
O Professor Doutor Roberto Cardoso compartilhou, em um artigo, três perguntas que mais recebe em seus workshops de meditação. Confira:
Perdi a âncora por muitas vezes; vou conseguir?
Muitos afirmam que manter a âncora é difícil e acabam por envolver-se em uma sequência de pensamentos, voltar para a âncora e logo depois serem levados por outra corrente.
Quando isso acontece, a pessoa acha que nunca conseguirá meditar.
Porém, ela esquece que ficar na âncora, envolver-se em pensamentos, perder novamente a âncora e voltar chama-se meditar.
Essa é a sequência técnica da meditação.
Com o progresso da prática, cada vez se envolverá menos com as sequências de pensamentos.
Será que dormi ou será que meditei?
Outros ficam em dúvida, sem saber se assistiram à passagem de correntes de pensamentos ou se pegaram no sono.
Se não houver perda da âncora, o que se viu foram sequências de pensamentos. Se houver, é possível que se tenha dormido.
Manter a âncora é a resposta para muitas perguntas, tais como “como fazer para não dormir?” “o que fazer para não me distrair?” e “como agir quando surgirem visões de natureza diversa?”.
Devo suportar a dor?
Os primeiros incômodos que sentimos ao meditar vêm de sensações físicas, tal como a perna incomodando, o nariz coçando e assim por diante.
Todos esses incômodos podem ser evitados com adequados preparativos antes de meditar.
Depois, não devemos mais ligar para eventuais sensações de desconforto, pois elas tendem a ser passageiras.
O que acontece é que quando o corpo relaxa, inicia-se uma dilatação dos vasos periféricos e algumas regiões do rosto “formigam” ou coçam.
Caso se prossiga na técnica, a vasodilatação se expande e o incômodo passa.
Dor propriamente dita é diferente de um simples incômodo ou coceira.
A dor não ajuda a meditar, Inclusive, é um excelente indutor da lógica.
Dessa forma, não se deve tentar suportar a dor durante uma prática meditativa.
Meditação e ansiedade
A meditação e ansiedade sempre estiveram inversamente relacionadas.
No primeiro estudo que focou na relação entre a meditação e ansiedade, em 1976, voluntários praticaram meditação durante meses e notou-se menor tendência a quadros neuróticos.
Logo depois, em 1979, uma revisão do estudo apontou também a “redução do alerta” proporcionada pela meditação.
O estado de alerta resulta na ativação do nosso sistema nervoso simpático, que é responsável pelo preparo do corpo em situações de emergência.
Estamos sempre preocupados com alguma coisa e “tudo” provoca o nosso alerta; passamos a viver um “estado de alerta – ou semialerta – contínuo”.
Assim, é como se estivéssemos sempre prontos para o combate, mesmo que não exista nenhum perigo iminente.
Ao permanecer, esse estado de alerta faz com que nosso corpo se desgaste perante reações desnecessárias.
A meditação resulta na “resposta de relaxamento”: o estado psicofísico resultante de algumas intervenções, especialmente a meditação.
A resposta de relaxamento diminui frequência cardíaca, a frequência respiratória, reduz o tônus muscular, diminui o gasto de energia, entre outros.
Ao longo dos anos, vários autores pesquisaram a pontuação de ansiedade entre meditadores, sempre notando que o escore era reduzido entre os praticantes.
Quem medita, logo percebe o quanto este método reduz o estresse, foca a atenção no agora, relaxa o corpo, aumenta a concentração e, especialmente, nos faz aceitar melhor algumas coisas que, antes, facilmente nos irritariam.
Professor Doutor Roberto Cardoso